Terrorismo e Disputas Estratégicas

A interligação entre violência extremista, interesses económicos e disputas geoestratégicas foi analisada no painel sobre A SEGURANÇA, numa sessão onde estiveram proeminentes as relações entre a Rússia e a União Europeia, marcadas pela recente tensão diplomática com o Reino Unido, em que as sanções à Rússia serviram essencialmente objetivos de política interna (tanto para o Reino Unido como para o regime de Putin). As respostas internacionais ao conflito sírio e a guerra ao terrorismo estiveram também no centro dos debates, com uma abordagem mais pessimista, quer pelo facto de o mundo ter estado à beira de um confronto militar entre EUA e Rússia, no caso sírio, quer pela descoordenação e visões diferentes no combate ao terrorismo, que passa mesmo pela divergência quanto à definição de terrorismo e de quem são os “inimigos”. A Síria e a Líbia foram referidos como expressão de um novo tipo de guerra, marcada por condições sociais anárquicas em que vários grupos manipulam a violência, espalhando ideologias baseadas no medo e tirando dividendos económicos. A dificuldade de gestão e resolução deste tipo de conflitos é evidente, na medida em que a abordagem militar e a clássica diplomacia não são suficientes, sendo necessárias abordagens assentes na criação de justiça e de legitimidade democrática, numa perspetiva de mais longo-prazo.