Rumo a uma nova Ordem Mundial? 

Esta publicação resume as intervenções e debates da 5ª Conferência de Lisboa, que decorreu a 13 e 14 de outubro de 2022 na Fundação Calouste Gulbenkian. Eventos significativos nos domínios político, securitário, económico, social, tecnológico e ambiental, estão a acelerar mudanças globais. Os efeitos do Covid-19 e a Guerra da Ucrânia são dois desses eventos que, juntamente com outros, podem reverter significativas conquistas tais como a saída de milhões de pessoas da pobreza extrema ou os acordos sobre metas climáticas. No início da 3ª década deste século, a competição pela hegemonia aumenta, o multilateralismo enfraquece, tensões e iniciativas multipolares multiplicam-se e um novo, ainda difuso, quadro global começa a tomar forma.

Publicação completa


Abertura 

“É preciso que a diplomacia vença a guerra, é fundamental que as organizações internacionais tenham o seu papel realçado, é imprescindível o respeito do direito internacional, sob pena de não existirem regras minimamente consensualizáveis nas relações entre Estados e povos. Mas, para além disso, é preciso superar o caminho dramático de aprofundamento das desigualdades universais. Sem isso, haverá sempre o lastro daquilo que alimenta a conflitualidade na ordem universal.” – Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República Portuguesa

"Em poucos meses, observámos que uma Ordem Mundial que tinha sobrevivido à Guerra Fria no seu modelo institucional e que parecia mesmo ter encontrado um novo fôlego no termo desta, começava a ser rapidamente posta em causa por virtude de um conflito que alguns não tinham visto chegar e que muitos não julgavam sequer possível (...)." – Francisco Seixas da Costa, Presidente do Clube de Lisboa

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Sessão de Abertura


Sessão Preliminar | MEGATENDÊNCIAS: COMO CONDICIONAM O FUTURO?

Como podem megatendências influenciar a reorganização da Ordem Mundial? Que racionalidades levam a escolher certas megatendências? A competição das grandes potências atende mais a dinâmicas e interesses de longo ou de curto prazo?

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Megatendências


AMEAÇAS DE SEGURANÇA: PODE A UNIÃO EUROPEIA SER OLHADA COMO UMA POTÊNCIA?

Os oradores analisaram o papel da União Europeia (UE) na nova ordem mundial, tendo como pano de fundo a crise geopolítica e os acontecimentos recentes, particularmente a existência de uma guerra no espaço europeu. Nesse contexto, uma interrogação diz respeito a se a UE pode ser considerada uma potência, e que tipo de potência quer e tem capacidade para ser, perante as transformações em curso. As tensões entre a dimensão interna e externa, as questões da identidade e soberania, os fenómenos nacionalistas e populistas na Europa, e a dependência dos Estados Unidos no plano militar e energético foram igualmente abordados.

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Ameaças de segurança


A HIERARQUIA DAS GUERRAS: BOAS, MÁS, ESPETACULARES?

Os oradores debateram as razões pelas quais algumas guerras reúnem muito mais atenção internacional do que outras. Vários fatores contribuem para a existência de uma hierarquia de guerras, desde os preconceitos e estereótipos culturais, aos interesses e à geopolítica. Entre os elementos relevantes estão a geografia, o tempo e duração da guerra, a sua escala e tipo, os atores envolvidos, o contexto internacional em que a guerra ocorre e as suas implicações na estabilidade do sistema. Foram abordados os conflitos e o extremismo em regiões africanas, particularmente a intervenção externa e o papel dos atores europeus e africanos nesse contexto. A história europeia tem provado que, em tempos de guerra, é fundamental pensar na paz e nas formas de a alcançar e concretizar.

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A hierarquia das guerras: boas, más, espetaculares?


GLOBALIZAÇÃO: DESACELERAÇÃO TEMPORÁRIA OU MUDANÇA DE RUMO?

Os oradores analisaram as causas de questionamento da globalização no momento atual, com muitas das narrativas explicativas do sistema global a serem reequacionadas. Debateram também se a globalização se encontra numa fase de desaceleração, de adaptação, ou se estamos a assistir a uma mudança profunda de rumo neste processo. Para a restruturação do modelo de globalização, contribuem o aprofundamento das desigualdades, a intensificação da luta pelo poder e esferas de influência, a fragmentação do comércio e das cadeias de abastecimento globais, entre outros fatores. O futuro da globalização dependerá, em boa medida, dos acontecimentos na Ásia-Pacífico e da evolução do papel da China no sistema global.

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Globalização: desaceleração temporária ou mudança de rumo?


ENERGIA E EMERGÊNCIA CLIMÁTICA: COMO GERIR UM NÓ-GÓRDIO?

Os oradores abordaram os desafios e dilemas da resposta à emergência climática e da transição energética. Foram analisados, em particular, os impactos do cenário europeu e da guerra da Ucrânia nestes domínios, incluindo as tensões entre aquilo que são as prioridades essenciais a médio e longo prazo e as necessidades urgentes de curto prazo, tendo em conta a dependência energética da União Europeia do exterior e a necessidade de caminhar no sentido das energias renováveis. As metas ambiciosas anunciadas a nível global contrastam com a atual tendência das emissões e com a ausência de sistemas de prevenção e gestão de crises que possam reforçar a cooperação internacional.

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Energia e emergência climática: como gerir um nó-górdio?


PAGAMENTOS INTERNACIONAIS: JOGOS MONETÁRIOS OU DE PODER?

Os oradores debateram algumas das questões atuais ligadas aos pagamentos internacionais,. Na verdade, o dólar é ainda a moeda de referência, independentemente do crescimento de outras moedas, posição que tende a ser reforçada em tempos de crise. As sanções à Rússia com o congelamento de depósitos em bancos internacionais e as dificuldades na utilização do SWIFT em pagamentos internacionais levantam questões sobre o médio prazo, designadamente, sobre a viabilidade de sistemas alternativos à hegemonia do dólar e sobre o impacto da anunciada criação de moedas digitais dos bancos centrais na mudança do sistema internacional de pagamentos.

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Pagamentos Internacionais: jogos monetários ou de poder?


REVOLUÇÃO DIGITAL E VIGILÂNCIA: ENTRE ANJOS E DEMÓNIOS?

Os oradores debateram o impacto da transformação digital, quer nas questões da vigilância, privacidade e proteção de dados, quer na sua relação com as dinâmicas geopolíticas e geoeconómicas mundiais. Existe um hiato entre o nível de introdução de tecnologia no nosso dia-a-dia e a capacidade que temos, enquanto sociedade, para a utilizar de forma segura, gerando vulnerabilidades. A União Europeia tem tentado liderar a regulação nesta matéria, mas com fracos resultados. Para além dos blocos da China e EUA, que papel pode a União Europeia desempenhar em todo o conjunto tecnológico ligado à Internet 3.0?

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Revolução digital e vigilância


Sessão especial | Uma conversa entre membros de duas gerações sobre os desafios das mudanças globais

 

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Sessão Especial: Uma conversa entre membros de duas gerações diferentes sobre mudanças globais


Encerramento

"Qual é a nossa posição e que novo mundo vamos ter? Eu acredito que a Europa será central no posicionamento nesse mundo e que as cidades liderarão essa transformação." - Carlos Moedas, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa

"Está em curso a progressiva fragilização da ordem internacional e isso representa um profundo perigo para a humanidade, seja devido à existência de armas de destruição maciça e à dificuldade cada vez maior da sua gestão, seja por via da dificuldade acrescida de gerar consensos em torno do combate às alterações climáticas (...)" - Joao Gomes Cravinho, Ministro dos Negócios Estrangeiros

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Encerramento

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