No dia 25 de junho terá lugar, em Lisboa, a 1ª Conferência internacional do g7+ e do Clube de Lisboa sobre Estados frágeis, que será dedicada aos recursos naturais.

Atualmente, mais de 1.5 mil milhões de pessoas vivem em países afetados por conflitos e em situação de fragilidade. A maioria destes países são ricos em recursos naturais - do petróleo aos recursos minerais, da terra aos oceanos - que, se bem geridos, podem impulsionar o desenvolvimento e a prosperidade. Nas situações pós-conflito, as autoridades democráticas destes países precisam de aumentar as suas receitas internas e atrair recursos que lhes permitam consolidar a paz e garantir o fornecimento de serviços básicos às suas populações, apoiando simultaneamente o processo de construção e consolidação dos Estados.

No entanto, na prática, as fracas capacidades institucionais destes países refletem-se, frequentemente, numa governação pouco eficiente e na gestão pouco sustentável destes recursos. Tal provoca e alimenta tensões entre o crescimento, os conflitos e a sustentabilidade, para além de interferências de interesses externos e práticas de corrupção. Os países frágeis e ricos em recursos naturais não conseguem captar as receitas geradas pelo setor extrativo e pela exploração de outros recursos, sendo também afetados por práticas socialmente injustas e ambientalmente nocivas de multinacionais, as quais têm pouco impacto na geração de emprego ou na redução da pobreza. Em alguns países frágeis, a chamada “maldição dos recursos” tem resultado num aumento do endividamento e no agravamento de desigualdades sociais e regionais. Os países vêem-se presos num círculo vicioso em que são, simultaneamente, ricos e pobres.

Alguns países têm conseguido implementar boas práticas de governação nesta área e estas lições aprendidas devem ser conhecidas e partilhadas, quer com países congéneres, quer no plano global, de forma a advogar por políticas mais eficazes e coerentes. Só assim será possível implementar processos de desenvolvimento mais sustentáveis, gerar um crescimento mais inclusivo, reduzir as desigualdades e, em suma, realizar as ambições da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável.

Marque já na sua agenda o dia 25 de junho.

A conferência é organizada conjuntamente pelo Clube de Lisboa e o g7+, a organização intergovernamental de países frágeis e afetados por conflitos e que recentemente escolheu Lisboa como sede da sua delegação na Europa.