A sessão pública de lançamento do livro da 2ª Conferência de Lisboa decorreu no dia 26 de maio de 2017, no Palácio Foz, em Lisboa, tendo contado com mais de 100 participantes.
A sessão teve como orador convidado o Comissário Europeu para a para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, com uma intervenção sobre “O papel da diplomacia científica na paz e no desenvolvimento”.
O Comissário salientou a inevitabilidade da globalização em paralelo com a necessidade de a regular ou “civilizar”, na medida em que gerou benefícios só para alguns. Referiu que o crescimento tem um papel na diminuição do populismo, mas só se não gerar desigualdades, porque estas estão no cerne do aumento do radicalismo e do populismo.
Relativamente ao papel da ciência e da inovação, afirmou que “a Europa sabe fazer ciência como nenhuma outra parte do mundo, mas depois não a sabe transformar em produtos”, ou seja, não a sabe materializar na sociedade de forma a que se reflita na vida de todos. Nesse sentido, é fundamental avançar na interdisciplinaridade e na capacidade da Europa projetar a sua ciência no mundo. Um bom indicador é o facto de a União Europeia ser um espaço que atrai cada vez mais cientistas de outras partes do globo.
Na sua intervenção, Carlos Moedas referiu também alguns exemplos da chamada “diplomacia científica”, nomeadamente em 3 vertentes: a “Science for Diplomacy” (de que forma a ciência pode ajudar a diplomacia), a “Science in Diplomacy” (a ligação entre ciência e diplomacia na resolução dos desafios globais), e a “Diplomacy for Science” (uma vez que a ciência tem muito a aprender com a diplomacia sobre as questões de regulação da globalização).
A publicação “A Globalização do Desenvolvimento” foi distribuída a todos os participantes. Esta publicação resume as intervenções e debates da 2ª Conferência de Lisboa, realizada em Maio de 2016, que vão desde a sustentabilidade à segurança, das reconfigurações geoeconómicas ao comércio, das crises da União Europeia ao papel de Portugal.
O livro pode ser consultado aqui.