A Instável Sustentabilidade do Planeta

Na sessão sobre O PLANETA ficou evidente a insustentabilidade do modelo atual e global de desenvolvimento, em que continuamos obcecados pelo crescimento económico contínuo e exponencial, apesar das evidências científicas sobre a urgência de alteração do paradigma. Se é verdade que a União Europeia tem feito um grande esforço de diminuição das emissões de gases com efeito de estufa, nos maiores países em desenvolvimento essas emissões estão a aumentar, como é o caso da China e da Índia. A previsão é que as economias emergentes continuem a crescer, mesmo que o crescimento abrande nos países industrializados e o seu papel é, portanto, fundamental nas respostas globais às alterações climáticas, nas opções sobre os modelos de crescimento económico e sobre a matriz energética.

Nestes países - mesmo estando a China e Índia entre os principais investidores nas energias renováveis e em fontes menos poluentes - a transição energética não se está a processar ao ritmo necessário para evitar consequências graves. É preciso mudar globalmente mentalidades modelos de negócio, hábitos de consumo, bem como mudar a forma de organização das cidades, onde vive uma parcela cada vez maior da humanidade. A esperança é que se consiga acelerar esta mudança por razões económicas, ou seja, pelo facto de as energias menos poluentes serem, cada vez mais, uma aposta economicamente inteligente, que gera lucro, emprego e desenvolvimento. Neste contexto, é fundamental a intervenção pública – e as políticas só mudam se alterações climáticas e a poluição forem um risco para a economia.